EXPOSIÇÃO 80/20: os artistas de São Carlos que atravessam gerações

Viajar no tempo para recordar boas memórias e grandes histórias do passado pode ser o ponto de partida ideal para comparar com o presente, em grandes inspirações, e planejar o futuro. É isso que se propõe a exposição coletiva dos Artistas de São Carlos, a Exposição 80/20, que no dia 29/09 se despede do Centro Cultural da USP, misturando muita história e arte!

Tudo começou no final dos anos 70, quando a cidade de São Carlos teve sua atividade artística completamente transformada, fruto dos investimentos da época. A cidade-sorriso também ficaria conhecida por seus movimentos nas artes, quando fundou diversas galerias e espaços culturais que permitiam a exposição das mais variadas obras, gêneros e artistas.

Além disso, novos artistas estavam sendo formados, uma vez que também abriram ateliês e cursos de artes. Fruto deste constante investimento em arte, o grupo PROARTE viu a luz do dia pela primeira vez, formado por amigos. Esse coletivo artístico tinha como membros pessoas que se tornaram verdadeiros ídolos são-carlenses quando o assunto é arte.

Mara Toledo – Avenida São Carlos – SP Pintura óleo sobre tela 30x40cm – 2013

Mais pessoas foram chegando: quanto mais artistas, melhor!

Foram membros, inicialmente, Antônio Carlos de Mattos Franco, Edda Adami, Maria Lúcia Sawaya Jank – Tuxa, e José Sidney Leandro. Com o passar do tempo, no entanto, outros artistas foram fazendo parte, como Maria Regina Lopes Meirelles, Wania Pereira Lopes Labadessa, Adélia de Jesus Gomes, Marilena Maffei e Maria Eugênia Pinochet Donoso, chilena recém radicada em São Carlos.

O curioso do grupo é que não existia uma dedicação em algum modo específico de arte, ou seja, uma linha comum artística a todos eles. De acordo com o convite da primeira exposição coletiva do grupo, eles diziam “Não há linha comum de estilo, de temática, de técnica, ou outro traço uniforme na produção artística”. São Carlos, então, passou a ser um difusor de arte pelo interior!

Anos 80 a dentro, o sucesso da exposição foi muito grande, e vários foram os artistas que ganharam prêmios com as obras produzidas. E agora, em uma década que já são 40 anos depois, uma nova geração de artistas investe todos os seus esforços, em outro contexto, para continuar difundindo a arte são-carlense.

Daniel Paschoalin – Rinha, escultura. Arame de aço galvanizado. 210x110cm. – 2018

Anos 2020: Artistas se inspiram em dores contemporâneas

A década de 2020, por exemplo, foi assolada por uma das maiores pandemias da história moderna, a Covid-19. Dessa maneira, com influências passadas e presentes, pôde se formar uma exposição conjunta, mostrando que, pode passar o tempo que for, São Carlos continua como expoente forte no ramo artístico.

A capital da tecnologia toma as novas técnicas pela gola e coloca em prática obras inovadoras, belas e com muito significado, ao mesmo tempo que homenageia e honra o passado de quem fez história e preparou o terreno para que tudo isso fosse possível.

Homenagem a Lelo, um grande artista são-carlense!

Um dos homenageados foi o super artista Lelo, o José Sidney Leandro. Ele foi o responsável, por volta dos anos 80, por trazer diversos projetos artísticos para a cidade. 

Fundou o teatro universitário da UFSCar, assessorou as atividades de artes plásticas da Casa da Cultura, organizou diversas exposições coletivas e ainda ficou à frente da Itaú Galeria.

Sua história ficará marcada para sempre no município, e duas de suas esculturas mais representativas estão na exposição 80/20. Vale lembrar que ele também foi o responsável por fazer a seleção, curadoria e crítica dos filmes do Cine São Carlos, de onde também foi responsável pela Sessão Maldita!

A exposição não é comparativa, mas faz muito bem refletir as diferenças de vivências, técnicas, acessibilidade e cultura que cada artista tem/tinha em sua determinada década. Uma mesma temática pode ser representada de uma maneira completamente diferente em 2020 e 1980. 

Esse finalzinho de exposição ainda serve para a reflexão, conhecer histórias e trajetórias distintas, com encontros, pessoas, lugares e práticas diferentes, aproximando gerações e proporcionando trocas interessantíssimas.

Ismar Curi – Corda entre Céu e Terra – Instalação – Fotografia, rolo de fumo, corda e quadro em madeira. – Fotógrafa: Regina Rocha Pitta – 125x200x150cm – 2023

Afinal, o que os artistas de São Carlos estão expondo?

Temos peças como as telas sobre florestas da Edda Adami, transmitindo leveza em traços precisos e mágicos. Assim como temos as peças de cerâmica de Kena, que utiliza o barro para criar uma arte com movimento, flexibilidade e solidez.

Marcos Marchetti usa de suas técnicas de aquarela para colocar a sensibilidade no papel, assim como Mariana Turati, que coloca a natureza como protagonista com sombras incríveis e hipnóticas.

Anny Lemos coloca a estação de trem nos holofotes, com o fogo iluminando a multidão calada em procissão, referência ao silêncio, solidão e luto vividos na pandemia. Mara Toledo coloca São Carlos no foco também, e a catedral aparece ao fundo de um entrecho da Avenida São Carlos, paisagem que qualquer São-Carlense reconhece muito bem.

Marcel Guerreiro coloca uma paleta de cores mais suave, como se estivéssemos num sonho, ainda representando a cidade. Carlos Garcia nos leva direto para as montanhas do Paraty Mirim, em meio à natureza e muito verde, que às vezes nos esquecemos ao andar tanto pela cidade.

Expo 80/20 – Artistas de São Carlos homenageia o passado e apresenta o futuro

Ismael Oliveira faz das ruínas de um galpão suas figuras termogênicas perfeitas, com o futuro se colocando na reflexão, ainda que nos restos de passado. Preá funde mundos e vidas em rigor matemático, geométrico e preciso! Franco, por sua vez, usa muito movimento para levar sua arte adiante!

Luiz Caju se prova um fotógrafo exímio e trabalha luz e sombra de uma maneira sem igual. Washington Pastore já insinua sensualidades e segredos, assim como Ismar Curi, com sua corda, representa o movimento nas cidades, com muitos percursos e muita referência temporal.

Alfredo Maffei nos coloca de cara com o olhar fixo de nossos ancestrais e Daniel Paschoalin usa sua técnica única do uso de arames retorcidos, com esculturas brilhantemente bem planejadas. E por último, mas não menos importante, as esculturas de Lelo, com artérias e veias representando seu coração – e com um contexto incrível descrito na exposição – com pulsar e energia que atravessa o tempo e pessoas.

O tempo passa e São Carlos continua fomentando sua cultura artística!

É muito bonito perceber como a arte sempre foi possível na vida de um são-carlense, e que não existem impedimentos para ser artista por aqui. Vão-se mais de 40 anos e nossos artistas continuam por aí – firmes e fortes. 

E saber a forma correta de se expressar, além de ser a forma que você acredita, também é sobre como atingir mais pessoas com aquele signo que você está produzindo e quer que chegue em todo mundo. Venha visitar também – é por pouco tempo! 

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